MAYURA, THE PERFECT YOGUI
Effectively starting this discussion about Mayurasana tapping into the subjective power of words makes perfect sense. Professor Carlos Eduardo G. Barbosa explains that myths are narratives, that speak to and mobilize the unconscious, that drive our minds. They take you from the objective to the subjective as a bridge to the spiritual. This reminds me of Jung's concept of archetype, the concept of ideas as the origin of everything, and the imagery of the collective unconscious.
The teacher also teaches that within the narrative there is the connection of the objective word as sound and spelling to its deep sense or meaning, that is, the union of the signifier and the meaning. This connection can be called yoga, yoga in grammar; yoga in our body, in our mind - the connection of form and appearances and meaning. It's mysterious and we don't know how it works. In India, Brahma, the creator, is attributed to the beginning, the creative and creative force of everythingI always thought that the names of asanas should be said in Sanskrit for their cognitive strength, sense and energetic and mental direction. The Naths have always embraced this view and deepened their doctrine, placing great emphasis on the choice of words with power, using a tantric and subjective language. This very intellectual sect was composed of philosophers, thinkers, literary types, thought reformers of great human intelligence.
A bad padmamayurasana or the lotus peacock pose |
In this case, lacking the deeper sense of the mythical meaning of the asana related to the peacock Mayura, what can be seen modernly on the yoga mat?
MAYURA, O YOGUI PERFEITO
Efetivamente iniciar essa discussão sobre Mayurasana tocando no poder subjetivo das palavras faz todo sentido. O professor Carlos Eduardo explica que os mitos são narrativas, que falam ao e mobilizam o inconsciente, que conduzem a nossa mente. Levam do objetivo aos subjetivos como uma ponte para o espiritual. Isso me lembra o conceito de arquétipo de Jung, o conceito das ideias como origem de tudo e o imaginário do inconsciente coletivo.
O professor ensina ainda que dentro da narrativa ocorre a conexão da palavra objetiva como som e grafia ao seu sentido ou significado, ou seja, a união do significante e o significado. A essa conexão se pode dar o nome de yoga, yoga na gramática; yoga no nosso corpo, na nossa mente - a ligação da forma e aparente e o sentido. É misterioso e não se sabe como isso se dá. Na Índia se atribui a Brahma, o criador, o início, a força criadora e criativa de tudo
Sempre achei que os nomes dos asanas devem ser ditos em sânscrito por sua força cognitiva, de sentido, de direcionamento energético e mental. Os Natas desde sempre abraçaram essa visão e aprofundaram sua doutrina, dando muita ênfase na escolha de palavras com poder, usando uma linguagem tântrica e subjetiva. Essa seita era muito intelectualizada, filosofa, pensadora, literária, reformadora do pensamento e inteligência humana
No entanto, como se dá no Budismo, com classes de ensinamento, os Naths preservam a verdadeira natureza de seus ensinamentos mas permitem a liberdade de escolhas de compreensão do universo mítico de acordo com os samskaras de cada um, com a sua capacidade de enxergar e as inclinações pessoais. E nisso reside a profundidade dos Naths. A sua linguagem se dá em níveis de acesso pessoal, mas com a mesma beleza e indo além da racionalidade, como a arte e a poesia.
A tagarelice mental da mente ordinária não consegue ter acesso a palavra, que evoca na mente o impulso da verdade, da origem, da libertação e do encontro de natureza ilimitada
Neste caso, eu me transporto a linguagem econômica ou minima e silenciosa do zen. É comum, na literatura zen, os mestres apontarem a lua, apresentarem uma flor como um ensinamento todo completo em si, desprovido da palavra dita. Como se o subjetivo, o arquétipo pudesse ser acessado mais facilmente sem discurso mental interno, diretamente através da visão clara e perfeita(ou insights) e da prática disciplinada.
Essa visão clara, como potha (assim que se diz professor?), levaria à mukta ou liberação e a realização plena do yoga.
Mayurasana
Neste caso, desprovido do sentido mais profundo do sentido mítico do asana relativo ao pavão Mayura, o que se percebe modernamente no tapete do yoga?
Bem, eu não tenho como me aprofundar muito na atitude mental ou na sensação física do Mayurasana porque não sou capaz de sentar nesse assento com facilidade nem por muito tempo. Portanto não tenho a experiência física e psíquica mais abrangente do asana.
De qualquer modo, concordo com o professor com as primeiras impressões do asana: a vaidade, ligada à cauda imensa para impressionar a fêmea. Do ponto de vista feminine, decididamente a postura nao foi concebida para o corpo da mulher, cujos seios se tornam mais um desafio a acomodar na sua execucao.
Um emblema da vaidade moderna. Apesar de muito antigo, descrito na HYP, Gheranda Samhita etc, hoje é bem mais sofisticado com variações como pincha mayurasana, padma mayurasana etc. Como uma asana de equilíbrio sobre as mãos, é uma das posturas avançadas e de muita dificuldade.
Eu vou tentar , de todo modo, ir mais adiante na simbologia e representatividade do pavão nas diversas tradições espirituais como um degrau para me fazer entender da importância da postura.
HINDUISMO
Mayura é o pavão mas deriva de um verbo que significa berrar, que - por sinal , gera a primeira nota da escala musical indiana, mayura. Tambem está relacionado ao verbo medir, como medir o tempo.
Os deuses Kartikeya, o deus da guerra, e Sarawasti , das artes e sabedoria,são representados sentados sobre mayura sendo o seu yana ou veículo. Entendo que enfrentar conflitos e a arte com sucesso passa pelo poder de Mayura, de medir o que é verdade e o que é mentira ou o mal e o bem. A pena do pavão aparece ainda na cabeça de Krishna como aquele que dominou a vaidade e os venenos mentais e nas mãos do sábio Valmiki, que revelou a escrita espiritual, inspirada. Mayura azul está associado também a Shiva, que bebe um veneno para livrar o mundo.
Como ele tem olhos na cauda, lembra que a meditação é feita com o corpo todo e como uma prática ativa. Mayura nos ensina tagarelar menos e praticar mais. Ele nos leva a visão da meditação da vida cotidiana.
Aparece representado contendo uma serpente e a serpente é símbolo da kundalini (portanto deve ser acessada com cuidado e respeito) e da natureza da mente. Domando a mente, com um olhar elevado do coração, o praticante acessaria o sentido mais profundo do mayurasana .
Mayura instiga extrema força física mas sobretudo, de purificação espiritual. Tanto que as vassouras que limpam os templos indianos são feitas de penas de pavão. Não sem razão, é a ave símbolo da Índia
NO BUDISMO (EXTRAIDO DO SITE EUSEMFRONTEIRAS.COM)
No budismo, o pavão está relacionado com a evolução espiritual. Os “olhos” nas penas da ave simbolizam a vigilância; cauda, quando está aberta, representa a acessibilidade para alcançar a pureza. O pavão é um símbolo de sabedoria e, em esculturas antigas de Buda, este aparece representado como a ave. Além disso, algumas lendas budistas relatam que ele foi um pavão de ouro em vidas passadas e que o Buda Amitabha (Buda da Luz Eterna) tem seu trono sob uma árvore, apoiado por oito pavões.
No budismo tibetano, a figura do pavão está presente em cerimônias religiosas, simbolizando o bodhisattva (aquele que transcende), que não se deixa atrair pelos venenos emocionais – como o ciúme, a inveja, a ira e a raiva – e tampouco se contaminar por aspectos impuros. Ele é capaz de conviver entre as pessoas para ajudá-las a conquistar a iluminação. Simboliza o bom agouro, a pureza e a purificação da alma. Já no budismo da China e do Japão, o pavão está associado à deusa da compaixão e da misericórdia Kannon Bosatsu ou Kuan Yin.
No Islamismo, mayura e o que recebe as almas no paraiso
Na teologia, é a inteligência de 100 olhos
São tantos significados e simbologia... O professor Carlos Eduardo também nos remete a características do pavão como um animal isolado . Por viver solitário, o pavão é o yogui que descobre sozinho e em solitude a sua verdadeira natureza, um asana portal para a alma do praticante ou ishwara.
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